Ferrari 250 GTO pode renascer com série especial

A Ferrari poderá ser a próxima marca a criar séries de continuação de modelos clássicos, tal como a Jaguar e a Aston Martin fizeram recentemente. Foi o próprio patrão da Ferrari, Sergio Marchionne, que deixou essa possibilidade no ar, em declarações à publicação britânica "Top Gear".

Questionado sobre a possível entrada da Ferrari neste segmento muito lucrativo, Marchionne respondeu: "Sim, mas eu tenho algumas dúvidas em relação ao termo ‘carro de continuação’. Eu comprei a carcaça de um [Jaguar] E-Type quando era jovem, porque achava que era a coisa mais bonita alguma vez feita. Vendi-o um pouco depois, sem nunca o arranjar. O que a Jaguar fez com os ‘lightweight cars´ é inteligente, mas reinventar o 250 é uma missão difícil e viver em função dos feitos do passado é um mau hábito para se ter. Mas há definitivamente uma base aí e espero que possamos mostrar-vos algo nos próximos anos", afirmou Marchionne, citado pela publicação "Top Gear".

Recorde-se que saíram do "estábulo" de Maranello 39 exemplares originais do 250 GTO, onde se incluem cerca de cinco 330 GTO que apesar de contarem com a mesma carroçaria tinham um V12 de 4.0 litros, por oposição com o tradicional V12 de 3.0 litros que equipava o 250 GTO.

Cada exemplar foi construído um-a-um, à mão, mas a marca de Maranello mantém um registo de todas as peças e de todas as medidas dos automóveis que alguma vez deixaram a fábrica de Maranello, pelo que não será muito difícil colocar este projecto em marcha.

A confirmar-se a ingressão da Ferrari neste mercado, não temos dúvidas em afirmar que a marca do "Cavallino Rampante" vai encontrar muitos clientes dispostos a pagar milhões por uma série limitada como esta, mas não deixamos de pensar que esta decisão pode colocar em causa o valor financeiro e sentimental do próprio Ferrari 250 GTO, que é visto como um dos carros mais valiosos e mais icónicos da história automóvel.

Recorde-se que foi a Jaguar quem deu o pontapé de saída desta nova tendência, revelando primeiro seis exemplares do Lightweight E-Type e depois nove do XKSS, sendo que estes nove eram precisamente os que faltavam para cumprir o objectivo inicial de fazer 25, já que em 1957 tinham ardido nove exemplares na linha de montagem da fábrica de Browns Lane.

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